DAS MANOBRAS EM LADEIRAS À REALIZAÇÃO DE UM SONHO
1978, neste ano começava a ser escrita uma nova página no esporte brasileiro. Era inaugurado o Swell Skate Park, primeira pista de skate do RS.
O skate surgiu no Brasil no final da década de 60 e ganhou força no início de 70. As primeiras manobras eram feitas nas ruas, sob as calçadas e nas ladeiras das principais cidades. Ainda não se pensava em pistas.
Porém, foi com a chegada das primeiras revistas californianas e o aumento do número de praticantes no Brasil que surgiu a necessidade e a vontade de andar em uma pista.
Foi então que Paulo Sefton e seu irmão mais novo, o Mico, resolveram levar esta idéia adiante no Sul do Brasil.
Para iniciar as obras, os irmãos enfrentaram problemas: não existia um local adequado para a construção de uma pista em Porto Alegre, pois os terrenos custavam muito caro e quando as pessoas descobriam a intenção, acabavam desconversando e desestimulando a realização de qualquer negócio.
Depois de muito procurar um local, Paulo recebeu o apoio de sua mãe, que resolveu investir na construção e ceder um terreno no sítio da família, em Viamão. Este foi o primeiro passo para que a pista da Swell começasse a tomar forma.
Com o local garantido tudo ficou mais fácil e em 1978 belas curvas de barro foram esculpidas à mão e depois concretadas, fazendo com que skatistas passassem a fazer o trajeto Porto Alegre-Viamão para andar de skate.

Foto: acervo Revista Tribo Skate

Aqui, a pista com a "mureta" já construída.

Aqui, a pista com a "mureta" já construída.

Imagem do vale que dava direito à uma hora de sessão.
1979. CAMPEONATO BRASILEIRO
Logo no ano seguinte a Swell Skate Park já era palco do Campeonato Brasileiro de Skate, evento que trouxe ao Sul do país nomes como Formiga, Jun Hashimoto e Cesinha Chaves, três dos melhores “verticaleiros” do momento. Porém uma grande surpresa estava reservada: o campeão brasileiro foi o prata da casa Xico Preto, integrante da equipe Swell, deixando em segundo lugar a favorita equipe da Wave Park (SP), os “Wave Boys”, como eram conhecidos.
Após a realização do campeonato a pista conquistou um público fiel e durante os quatro anos seguintes seguiu sob a administração de Paulo e Mico. Estes mantiveram os serviços de bar, camping e realizavam traslados numa Kombi, de propriedade deles, que partia da Zona Sul de Porto Alegre e ia recolhendo os atletas em pontos estratégicos, até chegar à Swell.

Mico, um dos fundadores da Swell, em ação.

Xico Preto, o grande Campeão do Brasileiro de 1979.
AS DÉCADAS DE 80 E 90

Mico, um dos fundadores da Swell, em ação.

Xico Preto, o grande Campeão do Brasileiro de 1979.
AS DÉCADAS DE 80 E 90
Após esse período de intenso movimento o skate sofreu, no mundo todo, uma grande baixa na sua popularidade, levando muitas pistas ao encerramento de suas atividades, incluindo a Swell.
Paulo retornou para São Paulo e Mico foi dedicar-se mais ao surf, em Santa Catarina. A Swell deixou então de ser um negócio comercial e perdeu grande parte de seu público.
Porém, durante este período a Swell não fechou suas portas e nem deixou que o tempo destruísse sua história.
Sob os cuidados de D. Jurema, a “Tia”, e seu filho Roberto, o Gervão, a Swell continuou sendo um refúgio para aqueles que buscavam paz e um bom lugar para andar de skate.

Marcelo Rostão, um dos locais desta época. Foto: André Gralha

Alberto fazendo o snake. Foto: André Gralha
2005. UMA NOVA ERA
Depois de anos freqüentando a pista e percebendo algumas carências que o local possuía, mas também o seu enorme potencial, os irmãos Fernando e Gustavo Tesch, membros da família proprietária, resolvem dar um novo ânimo à Swell e desenvolvem um projeto inovador: o Swell Skate Camp. Transformar a velha Swell novamente em uma referência nacional do skate.

A construção do quiosque das churrasqueiras. Uma das primeiras obras da nova fase.
Para tanto, a partir do final de 2004, a nacionalmente conhecida “Swell” passou por uma série de reformas e investimentos. Desde então já foram adicionados à estrutura do parque: quiosque com churrasqueiras, banheiros, mini-rampa coberta e iluminada, iluminação do snake-run e bowl, uma das melhores pistas de mountainboard do Brasil, o new.love Bowl (réplica de piscina californiana), trilhas em meio à mata nativa, bar e decks com vista para o vale da região.

A incrível e nova modalidade: mountainboard.
Mas não é somente na estrutura física que as melhorias podem ser notadas. Desde 2005, o calendário da Swell passou a ficar repleto de eventos e atividades que movimentam o parque ao longo do ano. Dentre as atividades pode-se citar tours e visitas de atletas profissionais, competições como o Swell Old Is Cool, Circuito Element de Skate, Copa Yerbah de Mini Ramp e Campeonatos Brasileiros de Mountainboard, bem como shows e festas jovens.

A banda mais local da Swell: Yesomar.
Estas atividades contribuem para que a Swell seja pauta freqüente na midia impressa e televisiva.

Helga, do Skate Paradise (ESPN) entrevistando Álvaro Fázio.

Diana Bouth do Zona de Impacto (SporTV) entrevistando Cácio Narina.
Com todas as melhorias desenvolvidas, a Swell deixou de ser apenas uma pista de skate, tornando-se um local de encontro, diversão, descanso e prática de esportes para famílias e amigos de várias gerações.
A estrutura atual do parque proporciona total satisfação ao público e encanta novos freqüentadores.

Eduardo Brás em um estiloso crail slide. Old Is Cool 2008